A Revisão da Norma de SPDA

A Revisão da Norma de SPDA

A atual norma brasileira sobre SPDA, a NBR 5419 – 2005, está sendo reformulada pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (COBEI), e tem como base a IEC – International Electrotechnical Commission – 62305 (partes 1 à 4).
A nova norma será praticamente uma tradução da IEC 62305 (Lightning Protection), porém com algumas alterações, principalmente na parte 3 e na substituição de alguns mapas isoceráunicos presentes na IEC por mapas brasileiros.
Essa revisão irá aumentar a norma das atuais 42 páginas para aproximadamente 300, deixando a norma mais complexa, porém, muito mais abrangente e organizada. A IEC 62305 foi publicada em 2006, estando atualmente na edição 2.0 de 2010. Esta é a versão que está sendo traduzida e adaptada para ser a nova NBR 5419, mantendo inclusive a sua divisão em 4 partes.

Essas 4 partes serão;

  1. Princípios Gerais
  2. Gerenciamento de Risco
  3. Danos Físicos às Estruturas e Perigo à Vida
  4. Sistemas Elétricos e Eletrônicos Internos na Estrutura.
Estas 4 partes serão divididas em 31 capítulos, contendo 21 anexos.
Podemos perceber que a nova norma trará um capítulo especial sobre proteção de equipamentos, assunto este que não está abordado de maneira satisfatória na norma atual, sendo necessário recorrer às prescrições da NBR5410 (Item 6.3.5 – DPS)
Parte 1
A primeira parte da norma irá tratar sobre os conceitos e teorias envolvidas na proteção contra descargas atmosféricas, tratando de modo genérico como esta proteção deve ser executada e facilitando a compreensão do restante da norma.
Estas informações serão novas, pois na atual norma não existe correspondência à este novo texto.
Parte 2

Este capítulo trata sobre a Análise de Risco que envolve a determinação de parâmetros para o projeto do SPDA. Atualmente este texto encontra-se no Anexo B da NBR5419.
Esta parte terá 6 capítulos e 6 anexos, mostrando que a análise será muito mais abrangente e completa que a atual, o que vai exigir mais atenção e habilidade dos Engenheiros projetistas. Esta análise é o pontapé inicial de qualquer projeto de proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, morando aí sua importância.
Parte 3

A parte 3 é a que trata das dimensões, materiais, padrões construtivos, métodos de cálculo, envolvendo tanto a parte externa quanto interna das estruturas. É nesta parte que se definem os captores, os métodos de descida e o aterramento.
Esta terceira parte tem relação com praticamente todo o texto atual da NBR5419, morando aí sua maior revisão, já que os demais capítulos estão sendo adicionados à norma atual.
Uma das alterações será a alteração da nomenclatura “Nível de Proteção” para “Classe de SPDA”, permanecendo a mesma classificação (I, II, III e IV), de acordo com a análise de risco realizada no capítulo 2.
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Parte 4

A quarta parte também não tem correspondência com nenhuma parte do texto da atual norma. Esta parte tratará das Medidas de Proteção contra Surtos, lançando mão do uso de DPS (dispositivos contra surtos), blindagem, encaminhamento de fiação elétrica, equipotencialização, etc.
DPS
Esta revisão profunda da atual norma deverá ser lançada no final deste ano ou no início de 2014 e trará mudanças na forma de projetar e executar instalações de proteção contra descargas atmosféricas. Várias partes da sociedade serão beneficiadas. As instalações ficarão mais seguras, os fabricantes e instaladores terão novas oportunidades de negócios e a engenharia será obrigada a se atualizar.
Seja bem vinda nova NBR 5419!


Alexandre Diener
alediener@gmail.com
3 Comentários
  • José Henrique Orofino da Luz Fontes
    Postado em 22:14h, 15 setembro Responder

    Interessante a novidade. Imagino o quanto vai custar à medida que a ABNT cobra as Normas por folha!

  • Engenheiro do futuro
    Postado em 14:07h, 21 setembro Responder

    Muito bom esta alteração. é necessário que de tempos em tempos seja revista toda norma, porque vivemos em um mundo dinâmico onde coisas novas estão sendo criadas ou descobertas todos os dias.

  • José Augusto Gomes da Cunha
    Postado em 15:12h, 01 outubro Responder

    Na verdade esta norma já esta bastante atrasada a sua revisão, considerando o tempo médio de revisão das normas de 6 anos, mas este atraso se deve a dificuldade na própria elaboração e tradução da IEC, de qualquer forma que seja bem vinda, para que tenhamos projetos mais bem elaborados.

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